Ookami Kodomo no Ame to Yuki

E um papinho sobre originalidade.

Mamoru Oshii (Ghost in the Shell, Angel’s Egg, The Sky Crawlers) é um homem com opiniões fortes. Entre outros comentários ácidos, se destaca uma antiga entrevista em que ele diz para jovens animadores “não sejam animadores, porque vai ser difícil, vocês não vão ganhar dinheiro e perderão todos os seus amigos”.

Recentemente, em uma conversa com Toshio Suzuki (produtor do Studio Ghibli), ele soltou várias farpas, como sempre faz. Entre elas, algumas em direção a seu xará, Mamoru Hosoda. Oshii disse “Quando é questão de copiar outras pessoas, ele [Hosoda] é um gênio. Mas como Hideaki Anno, não há nada movendo ele, nenhum tema, nenhuma substância.”

Oshii cagando em tudo que você ama

Eu sou muito fã de Mamoru Hosoda, como já falei em um texto sobre Toki Wo Kakeru Shoujo. Não deveria ligar muito para críticas ao cara, porque conheço a qualidade do trabalho dele e adoro suas obras. Mesmo assim, ao ver essa afirmação, alguma coisa ficou me incomodando. Ao finalmente ver, poucos dias depois, Ookami Kodomo no Ame to Yuki, o mais novo filme do diretor, consegui entender o que era: no fundo, mesmo que inconscientemente, eu sempre concordei um pouco com Oshii. Mais importante, notei que isso não é um demérito a Hosoda.

Mas estamos colocando a carroça na frente dos bois. Vamos falar do filme.

Ookami Kodomo no Ame to Yuki (em tradução livre, Ame e Yuki, As Crianças Lobo) é o primeiro filme do Studio Chizu e o terceiro da dupla Mamoru Hosoda (diretor) e Satoko Okudera (roteirista), que trabalharam juntos em Toki Wo Kakeru Shoujo e Summer Wars. Esse texto citará esses dois filmes de vez em quando, mas sem spoilers relevantes. A história de Ookami Kodomo começa com Hana, uma universitária de 19 que se apaixona por um “homem-lobo” (não é exatamente um lobisomem, visto que ele não ataca gente na lua cheia e pode virar lobo quando bem entender). Os dois se casam e têm dois filhos, Yuki (garota, mais velha) e Ame (garoto, mais novo). O filme se centra nas dificuldades de Hana para criar as duas crianças-lobo.

Pra começar, podemos comentar um pouco os aspectos técnicos do filme (lembrando sempre que sou leigo e não manjo de muita coisa). Os personagens têm o mesmo estilo de design dos últimos filmes de Hosoda, mas dessa vez parecem um pouco menos “polidos”. Os lobos são um pouco “coloridos” demais e “peludos” de menos. Hana muitas vezes parece ter um inchaço na bochecha. É um pouco desconcertante e me incomodou algumas vezes durante o filme, em especial em cenas mais paradas, mas no geral, dá pra aguentar.

Em questão de animação e trilha sonora, o filme também me pareceu inferior aos anteriores. Mas aqui, na minha sincera opinião de merda, a palavra chave é pareceu. E o motivo está na essência do filme.

Os três filmes mais recentes de Hosoda (e até mesmo seu primeiro trabalho como diretor, certo episódio de Digimon Adventure) giram em torno de idéias parecidas: um truque, um artifício, que enfeita e adiciona outra camada a uma história simples. Não sei se isso ficou claro, mas fica assim que qualquer filme dele é assistido. Toki Wo Kakeru Shoujo, por baixo de toda a viagem no tempo, é uma história sobre amor. Summer Wars, por trás de toda a crise cibernética, é uma história sobre família. E Ookami Kodomo também é assim.

Ah, é claro que toda a questão de humanos-lobos é interessante, importante e bem tratada durante todo o filme. Temos os grandes dilemas, como Ame e Yuki crescendo e tentando lidar com essa dualidade, e temos os menores, como quando Yuki passa mal e Hana não sabe se a leva pro veterinário ou pro pediatra. O anime usa seu artifício até seu potencial completo, mas mantém sempre claro que ele é um artifício.

Os filmes de Hosoda sempre dançam nessa bizarra corda-bamba. Por um lado, ele precisa manter a magia do artifício (contando tão bem toda a estrutura e os problemas da vida de humano-lobo) e pelo outro, ele precisa deixar claro que o artifício é um artifício, que a alma do filme é maior que aquilo. Em mãos menos capazes, isso falharia catastroficamente. Mas, pela terceira vez seguida, funciona.

A alma de Ookami Kodomo é a vida de uma jovem mãe solteira e seus filhos: sobre como a mãe sofre para criá-las, sobre como elas tomam seus próprios caminhos na vida. Lobos, casas no campo, natureza: tudo isso é a cobertura do bolo, mas não a essência. Em tese, poderiam ser sereias ou coisas do tipo. O essencial é essa dinâmica simples, comum, e tão puramente humana. E por causa disso sou tão fã de Hosoda.

Mas voltando à história. A comparação com outros filmes do diretor é inevitável, então, se não viu TokiKake ou Summer Wars, veja me perdoe. Mas nesse filme, talvez por causa da liberdade propiciada por um novo estúdio, Hosoda tenta algumas coisas novas para si mesmo. O estilo dele ainda é muito reconhecível, mas esse filme tem elementos que os anteriores não tinham.

O primeiro ponto importante é que Ookami Kodomo cobre um maior espaço de tempo. Enquanto Summer Wars se passava em uns três dias e TokiKake em talvez duas semanas, o pedaço que assistimos da história de Hana dura treze anos. O novo filme não tem uma duração notavelmente maior do que os anteriores. Era de se esperar que Hosoda tivesse problemas na transição, que não conseguisse falar de tudo que deveria.

Mas esses problemas são evitados. O filme sabe exatamente o que precisa ser destacado e o que pode ser deixado um pouco de lado. Quando o pai das crianças aparece por pouco tempo e morre uma morte simples e talvez até boba, isso é perfeitamente aceitável e faz parte do ponto. O filme é sobre uma mãe solitária e seus filhos. O pai precisa ser tirado da jogada, e ele é tirado, simples assim. Eu me emocionei bastante com a história de ele com Hana, mas não era o ponto, e não foi tratado como se fosse.

Estava fuçando a internet pra ver comentários sobre Ookami Kodomo e notei que algumas pessoas tiveram a reclamação com o filme “ele não teve tempo o suficiente para explorar o Ame, e acabamos não entendendo ele como devíamos”. O que eu considero fantástico sobre essa questão é como esse é um dos momentos mais sagazes do filme. Ame decide ser um lobo. Como diabos nós, espectadores humanos, vamos entender um lobo? Como vamos entender que ele decidiu ser uma entidade totalmente diferente de tudo que entendemos?

A resposta é simples: não vamos. Hosoda sabia disso, e, portanto, nós não conseguimos entender Ame. E isso torna o filme mais curto, e que torna o filme mais emocionante e fantástico. Ele acerta no puramente técnico, no “X, Y e Z” de fazer filmes, e usa isso para tornar o tema e as emoções por trás de tudo muito mais profundas e fantásticas. O desenvolvimento do Ame é Hosoda em uma casca de noz.

Mas voltando à questão do tempo, esse grande período que o filme cobre cria uma atmosfera única nos filmes de Hosoda até então: ele é muito pé-no-chão. Enquanto TokiKake tem todos aqueles pulos performáticos através do tempo e Summer Wars tem lutas fantásticas entre Kazuma e Love Machine, Ookami Kodomo se preocupa muito mais com Hana plantando batatas ou caminhando pela chuva. Ah, existem cenas mais animadoras, como a corrida dos três pela neve (que me recuso a manchar com um gif, apenas assista), mas elas estão cercadas por um clima muito mais “suave”. São como pequenas quebras com a vida comum que enche o filme.

Acho que por isso, na primeira visão, os aspectos técnicos como animação e trilha sonora não me pegaram em cheio: eles estão simplesmente se encaixando na sensação “comum” de tudo. TokiKake tinha os pulos pelo tempo e Kawaranai Mono. Summer Wars tinha todo o mundo de OZ e 150 Million Miracles. Todos esses elementos são excelentes, mas também são momentos do tipo “você se emociona aqui”.

Não é tão fácil com Ookami Kodomo. Pode-se dizer que o clímax do arco de Ame é um momento assim, mas o filme se sustenta muito mais em pequenas maravilhas por todo o tempo. Quando Yuki corre pela casa onde acabaram de chegar, quando Hana luta pra fazer o jardim dar frutos, quando Ame cai no rio tentando caçar, todos os méritos técnicos do filme estão presentes. E nas cenas seguintes, e nas cenas anteriores. Perfeitamente integrados ao núcleo da história, mais pé-no-chão do que jamais foram.

Eu poderia escrever mais e mais sobre cada pequeno ponto que me fez adorar esse filme. Existem uns três parágrafos chorando pra serem escritos só sobre a última cena de Yuki. Mas, pelo bem da brevidade, vamos evitar isso.

Esse é um filme com escolhas interessantes sobre si mesmo, com vários personagens cativantes, com uma história tocante e com aspectos técnicos de alta qualidade (até onde posso julgar).  Mas sempre existe a pergunta de um milhão de dólares: ele é original?

Mamoru Hosoda foi muitas vezes tratado como um “novo Miyazaki”. Não conheço tão bem a filmografia de Miyazaki, mas essa comparação nunca me fez muito sentido. Mas em Ookami Kodomo, isso fica mais claro. É possível ver um tema sobre a natureza no meio da obra (que eu pessoalmente acho que faz parte do artifício, mas pode ser interpretado de outra forma), e somando a isso o fato de que Hosoda já trabalhou no Ghibli, essa visão é bem clara e aceitável. Temos até uma visível homenagem a Tonari no Totoro, na cena em que Hana e as crianças chegam a casa no campo. Cena muito parecida com a primeira cena de Totoro (inclusive com Yuki “fazendo o papel” de Mei).

Então, temos um filme que bebe muito de Miyazaki (provavelmente o mais influenciado pelo cara em toda a filmografia de Hosoda), e talvez também de outros. Admito que não tenho conhecimento o bastante para reconhecer todas as possíveis influências do filme. Suponho que Miyazaki seja a principal, mas de qualquer forma, ele basta para a discussão.

“Quando é questão de copiar outras pessoas, ele [Hosoda] é um gênio. Mas como Hideaki Anno, não há nada movendo ele, nenhum tema, nenhuma substância.”

E eu concordo perfeitamente quando Oshii diz que Hosoda é um gênio em copiar outros. Porque Hosoda é. Ao incorporar o tema “natureza” de Miyazaki em Ookami Kodomo, chegando ao ponto de quase imitar uma cena de um dos mais famosos filmes Ghibli, Hosoda está, sim, copiando Miyazaki.

Faça um favor para si mesmo e assista a esse vídeo. Ele resume meu ponto. Se quiser ver mais sobre o assunto, procure a série de vídeos “Everything Is A Remix”. É uma hora muito bem gasta.

 

Enfim, Hosoda pegou o tema de natureza, que é basicamente a alma de Miyazaki, e o incorporou. Desde questões básicas (como a transcrição de uma cena) a pontos maiores. O debate entre natureza e humanidade, por mais importante que seja em Ookami Kodomo, é uma forma de mostrar o crescimento de dois irmãos e da separação natural de uma família. A cópia, a combinação e a transformação são aspectos cruciais desse filme.

Eu consigo concordar com Oshii no seguinte ponto: sim, Hosoda é um gênio ao copiar outras pessoas. Só que eu não vejo isso como algo ruim. Ele é um gênio ao copiar, ao transformar e ao combinar. E, portanto, é um gênio ao criar.

E, pela terceira vez seguida, prova isso. Com o tipo de filme que empresta tanto de outros, e que apenas ele poderia criar. Com um filme que tem muito de Miyazaki, e talvez tenha muito de muitos outros, mas que é, acima de tudo, de Mamoru Hosoda.

Com Ookami Kodomo no Ame to Yuki, que é simplesmente uma maravilha.

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Sobre rauzi

Escrevendo para me lembrar que era verdade.
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6 respostas para Ookami Kodomo no Ame to Yuki

  1. Rayana disse:

    É a 1ª vez que eu ouço falar desse senhor Oshii (vim parar aqui no blog por causa de um tweet e acabei lendo o artigo), mas julgo que sou capaz de poder esclarecer a frase dele.

    Sinceramente, quando eu vi Summer Wars, fiquei a debater-me com duas sensações antagónicas: a mais evidente foi a sensação de satisfação, pois adorei o filme como um todo, e durante muito tempo partilhei do entusiasmo dos vários fãs que desenharam e publicaram fanarts no Pixiv.

    Mas o filme não foi completamente honesto, por duas razões…
    1) Em essência, o roteiro é demasiado parecido com o filme Digimon Adventure Bokura no War Game. Os filmes partilham do mesmo storyboard, as mesmas pausas, as mesmas expressões faciais… É virtualmente impossível não comparar o grito do Keiji de SW com o grito do Koushirou em BnWG – ambos acompanhados com o mesmo movimento de “câmara” que acompanha o “enter” do teclado.
    Está bom, até aqui os críticos toleram. Quem conhece ambos os trabalhos vai pensar “Então tá, o homem copiou ele mesmo. É pouco vulgar, mas e daí?”, e “Quem sabe ele usou uma fórmula em Digimon, e gostou, mas foi impedido de ser completamente original porque estava afiliado a uma franquia comercial como Digimon?” O maior argumento dos fãs, é que o Hosoda queria libertar-se dessas correntes do filme criado nas bases de uma série televisiva.
    No My Anime List, no perfil no Hosoda, tem lá um tópico de discussão chamado “Director Hosoda Mamoru Criticizes the Recent Trend of TV Series-Derived Anime Movies”. Este tópico parece dar força a esta visão.

    Mas não é só disso que o Oshii está a falar.
    2) O problema é que até mesmo Bokura no War Game foi inspirado noutro filme. Não é uma animação, e por isso a comparação passa despercebida, mas procurem WarGames (1983) dirigido por um senhor chamado John Badham. Existe uma versão livro com o mesmo nome, escrito por David Bischoff.

    WarGames é contextualizado na Guerra Fria, mas a sua fórmula é exactamente a mesma de SW e BnWG. Conta as aventuras de um rapaz-prodígio e uma moça, que tentam desesperadamente impedir de um programa I.A. (Inteligência Artificial) chamado Joshua lance um míssil nuclear na direcção da U.R.S.S., o que poderia provocar uma 3ª Guerra Mundial.

    O problema de críticos como esse senhor, é que eles lançam essas frases para o ar, e não explicam, deixando as pessoas entregues a conjecturas. A meu ver, é apenas uma estratégia para vender opinião. xD Se ele realmente estivesse preocupado com a questão da cópia, ele explicaria porquê. Se ele estivesse realmente preocupado com a imagem do Hosoda, ele ficaria calado e não diria nada.

    Pessoalmente acho que essa obsessão pela originalidade no mundo da arte é algo controverso. Não digo isto apenas porque goste dos trabalhos do Hosoda, nem porque ache um absurdo procurar a originalidade em termos absolutos, mas mesmo porque acho que o mundo se perdeu quando começou a traduzir a autoria em dinheiro. Facto é que todos temos algo de herança cultural em nós. Claro que o assunto é diferente se o assunto é plágio – mas aí temos filmes como The Word (2012) para nos dar um tapa no rosto. É que existe uma diferença importante entre “autoria” e “direito autoral”. O primeiro é inalienável e intransmissível não importa o que se faça, já o segundo é mera ferramenta caça-níqueis de corporações e coleccionadores de patentes…

    • Rayana disse:

      Eu acabei esquecendo-me de mencionar que outro filme foi usado para o roteiro de Summer Wars. Trata-se de Tokyo Monogatari (1953), um clássico japonês dirigido por Yasujiro Ozu.

      Este filme foca-se no tema da família japonesa; conta a história de um casal de idosos que habita uma zona rural empobrecida. São visitados pelos filhos que vêm da cidade de Tóquio.

      Existe vários paralelismos interessantes. O mais evidente é o da morte da avó. Os filhos dela são caracterizados como egoístas e implicantes; ambas as avós de ambos os filmes têm um filho que é médico mas que não chega a tempo de ver o que se passa de errado com a saúde dela; ambas as avós são, à sua maneira, mal honradas pela filha mais velha (no caso de Summer Wars, é denunciada a hipocrisia da filha quarentona, que parece incomodar-se mais com os preparativos para o funeral do que o espírito e vontade da senhora; já em Tokyo Monogatari a filha mais velha mostra essa insensibilidade ao discutir a herança num tom de voz casual e perguntando se pode ficar com os quimonos dela). Em ambos os casos, há apenas uma menina que é pura o suficiente para chorar lágrimas sinceras pela idosa (no caso de SW é Natsuki). Mas a 3ª geração (os netos) é retratada como um monte de pirralhos que correm pela casa, completamente indiferentes à vontade de comunicação dos avós.

      O filme de Ozu tem uma aura algo pessimista e conformista; descreve o confronto entre gerações e a decadência da tradição japonesa. Já o filme do Hosoda parece colocar uma certa fé na geração mais nova, pois Natsuki e Keiji parecem ser capazes de honrar a vontade da avó e do clã Jinnouchi e de criar um futuro promissor.

      Há outro elementos interessantes. Por exemplo, o símbolo do clã Jinnouchi de SW é o desenho de um pássaro preto dentro de um círculo… Pois, qual não foi o meu espanto e perplexidade, quando encontrei um parente desse mesmo desenho no filme Tokyo Monogatari, impresso nos candeeiros de papel de arroz da casa dos avós. Sério, o desenho é igual, só deram um efeito espelho para as asinhas do pássaro ficarem noutra posição. Não sei se aqui no blog permitem links nos comentários, portanto, perdoem-me a omissão.

      São coisas assim que dão alimento às afirmações do senhor Oshii, suponho…

      • Vaca disse:

        Bom, originalidade na perspectiva estética é diferente de originalidade para os direitos autorais. Para o direito basta não ser plágio para a obra ser original. Para a estética não, é algo mais nebuloso.

        Não é fácil falar de originalidade. Já fui um fervoroso defensor da originalidade, e hoje tenho minhas dúvidas. De qualquer forma é preciso se atentar que o Oshii fala de originalidade ligada a um tema próprio, que na verdade talvez seja a coisa mais importante em qualquer criação. Se você não tem algo dentro que lhe incomode e queira ser transmitido a outros é melhor se calar, porque o resultado só pode ser vazio.

        Acho que é mais nesse ponto que o Oshii parece querer dizer. Enfim, não concordo nem discordo dele, até porque nem vi o filme comentado.

  2. Pingback: Review: Ookami Kodomo no Ame to Yuki | Paradise Gekigá

  3. Vaca disse:

    Assisti esse filme no final de semana.
    Concordo com o seu texto. A história envolvendo lobos e humanos é realmente apenas um artifício pra abordar o principal tema, que é a educação dos filhos.
    Os personagens principais não são o pai nem as crianças, mas a mãe, e todos os dilemas que carregam o processo de educar os filhos. É normal que não se tenha focado tanto na Yuki nem no Ame, afinal o objetivo é o sentimento da mãe dianta do crescimento e mudanças deles. A mãe não acompanha o processo de mudança do Ame na floresta, mas ao ouvir o uivo dele ao final sentiu que ele havia encontrado o seu caminho. Até ali ela vivia o dilema da mãe: não queria perdê-lo mais por temer a própria solidão do que por qualquer outra coisa.
    Não podemos ser ingênuos. Ela dedica a vida a eles. A hora que eles crescem esse sentido de vida é dissipado. Nesse caso vem a crise, a falta de sentido. Ou a mãe desmorona ou encontra outro sentido de vida. Ela quase desmoronou, mas ficou de pé.

    É um belo filme.

  4. Pingback: Chihayafuru | All Fiction

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