Hô hô hô, feliz Páscoa!
Não, peraí.
Dessa vez, teremos os mesmos mangás da coluna anterior (acho que a rotatividade alta só vai existir em teoria, esses mangás raramente têm um capítulo indigno de discussão). Então é Claymore, Maoyuu, Sengoku Youko, Soul Eater, Spirit Circle e Vinland Saga. Se quiser saber porque esses, leia o já linkado post anterior.
Antes de começar os comentários, disclaimer que me esqueci de fazer na coluna passada: as Leituras Caseiras vão seguir o padrão das scans em inglês, porque só sei ler em inglês e português (durr), e aqui no BRBR raramente temos scans mais rápidas que as scans para a língua do Tio Sam (acho que metade desses mangás nem tem scan em português). Deixo isso claro porque o capítulo 134 de Claymore JÁ SAIU, em espanhol, língua que não sei ler direito. Portanto não o comentarei. A situação pode se repetir, então é bom deixar claro também para situações futuras.
Dito isso, vamos ao que interessa.
Claymore, capítulo 133: “Resonance and Rally”
Tão bom ver Clare de volta à ação. Boa parte do mais importante de Claymore sempre foi as batalhas, e apesar do capítulo do reencontro de Clare e Raki ter sido maravilhoso, quase tão importante quanto ele é ver Clare correndo, pulando, cortando e, em suma, lutando. Destaque para a Espada Expressa. Irene apareceu por pouquíssimo tempo, mas foi uma excelente personagem, e a pequena menção a ela me deixou um pouco feliz. É sempre muito bom ver Claymore recordando seu passado.
E falando em recordar o passado, o que dizer da “volta” da Riful, talvez a antagonista mais carismática que Claymore já teve? Sua volta até parece um pouco forçada, mas sua morte também nunca tinha sido clara, então dá pra relevar. Além disso, parece que não é bem a Riful, mas um tipo de mistura entre ela e Dauf (ela atirou vários daqueles pilares característicos dele), que deve ser mais ou menos explicada quando as Claymores, em especial Clare, notarem que ela existe.
E eu realmente não esperava a chegada do auxílio de todos os despertados de elite tão cedo. Suponho que esse grupo das Guerreiras do Norte + despertados vai realmente conseguir parar (ou pelo menos acordar) a Cassandra, mas Priscila pode acabar absorvendo Riful e foder com tudo. Porém, pra ser sincero, não há como prever muita coisa. Norihiro Yagi está se esforçando para manter certo grau de imprevisibilidade a essa guerra, e por enquanto está conseguindo. É esperar por mais.
Maoyuu Maou Yuusha, capítulo 20: “For Our Mother Earth!”
Ok, então recapitulando pela cabeça, antes do capítulo anterior se achava que o mundo dos demônios era uma dimensão alternativa alcançada pelo portão, mas agora descobrimos que o portão é basicamente um elaborado buraco no chão e o mundo dos demônios é apenas um subterrâneo do mundo humano. Acho que isso ainda será usado pra mostrar como mundos interligados pelo comércio e pelas relações inter…(”pessoais” não é um bom termo, mas enfim)pessoais são basicamente o mesmo mundo. Deve ter um pouco da questão de “muitos mundos” da Exterior Library no meio (porque eu amo todo o conceito da Exterior Library e a enfio em cada especulação que faço de Maoyuu). Espero que o autor trabalhe mais isso, por enquanto está meio jogado.
Ficou meio jogado porque passou pouco tempo nisso, tempo que foi usado em outra coisa: GUERRA DE TRINCHEIRAS! Muito bacana ver os pupilos da Female Knight e da Demon Queen (ops, Crimson Scholar) se dando bem na vida, usando seus conhecimentos e tudo. Como a própria Female Knight disse, eles receberam treinamentos dignos de reis, e é ótimo ver Maoyuu mostrando isso dar frutos. Ainda mais com essa belezura de tática, curtinha, porém que não deixou a desejar.
Óbvio auge do capítulo, porém, esteve no final. Pela primeira vez, Demon Queen perdeu em qualquer coisa. Pela primeira vez, um plano dela deu errado. Planos da Demon Queen dando errado é um sinônimo de caos, e caos, essa “nova” Demon Queen pode trazer bastante. Não há como prever quem ela vai apoiar nessa guerra, não dá nem pra prever pra que campo de batalha ela vai. Tudo o que sabemos é que incontáveis Demon Lords tomaram controle dela, e todas as possibilidades estão no ar. Não creio que essa situação durará muito, mas acho que Maoyuu vai entrar numa fase de brilho INTENSO agora. Mais intenso do que o normal, isso é.
PS: O anime NUNCA vai conseguir passar o clima de tensão que esse fim de capítulo teve. A figura da Demon Queen nunca vai parecer ameaçadora com aquele design. Pior para os animufags.
Sengoku Youko, capítulo 45: “Spirit Worlds”
Capítulo de preparação acima de qualquer coisa, mas ainda assim bem interessante. A “oficial” passagem da Arabuki foi mera formalidade, apesar de necessária, mas a frase do velho Zanzou sobre o “verdadeiro talento” de Shinsuke levanta certas perguntas. Talvez o verdadeiro talento dele seja o diálogo em situações difíceis, diálogo que ele conseguiu estabelecer com Arabuki tanto tempo atrás (salvando a si mesmo no processo, como mostrou o magnífico capítulo 31) e, nesse capítulo mais do que nunca, com Senya. Isso pode ter uma relação com a antiga motivação de Tama, a questão de tentar salvar o mundo turbulento, questão que ainda não foi resolvida. Eventualmente, Tama, Jinka e o contexto daquele arco voltarão, e Shinsuke será de mais ajuda do que nunca.
Mas voltando ao presente, as tentativas de Senya estabelecer diálogo também foram muito boas. A parte da meditação, “mundo interno” e tal, foram bem interessantes, e a tentativa de construção do debate entre Senya e os demônios foi muito boa. A frase de Teru, “that body is you”, e Shinsuke falando de alguém forte que tratava seu demônio como igual (aliás, fiquei me perguntando quem era. Shakugan me passou pela mente, mas Shinsuke falou “He”. Será que Jinka se encaixa?), dois momentos muito importantes para Senya. O foco da parte 2 é Senya aceitando seus demônios, seu corpo e si mesmo, e todo esse capítulo prepara Senya para o ponto definitivo, o clímax dessa idéia, que provavelmente será na luta contra o dragão negro.
Luta que certamente coincidirá com a morte de Teru (não me lembro de um personagem dar um spoiler de seu próprio mangá tão claramente: pontos pra Mizukami, mesmo que a história japonesa também spoile isso), já que o dragão parece ter alguma relação com Matsunaga, o líder do exército que matará Teru. Suponho que isso será, se não o fim do mangá, o fim da Parte 2, como o ataque ao templo principal foi o fim da Parte 1. Mizukami tem potencial pra fazer algo tão bom quanto antes, ou até melhor. Esperemos.
Soul Eater, capítulo 105: “The Dark Side of the Moon II”
E começou a luta. A clássica cinética de Ookubo Atsushi estava muito presente nesse capítulo, onde cada golpe parece se conectar com o seguinte e os personagens parecem se mover por conta própria. Ookubo já esteve melhor nesse quesito (a derradeira luta Mifune vs Black Star é simplesmente fascinante, como esse vídeo pode fazer relembrar), mas um Ookubo mediano ainda é genial nesse quesito. Maka + Black Star vs Chrona já começou como uma luta dinâmica e viva.
Gostei muito da frase da Maka, “But I’m not (alone). Because I’m weak”. É fascinante ver um protagonista de battle shonen se vangloriar da sua fraqueza, que, no fim das contas, é a única coisa que a mantém no mundo normal (Medaka Box tem umas constatações interessantes sobre isso, mas é assunto pra outro post). De fato, Maka sempre foi muito mais fraca que todos os outros. Como Ookubo implicou agora, talvez por isso ela lute tanto por Chrona, por ser a que mais precisa de amigos e mais se importa com eles. E, mantendo o debate intimamente ligado com a luta (um dos pontos mais fortes do mangá) e usando a luta para validar o debate, o mangá justificou tanto em tão pouco que eu nem consigo acreditar. Suponho que mais ênfase será dada a isso perto do fim da luta, mas esse nível de abordagem já está muito bom.
O “roubo das armas” foi meio broxante, apesar de outro bom discurso, dessa vez vindo de Chrona: “a world where nothing is lined up” foi uma ótima expressão. Bom, veremos o previsível porém provavelmente muito bom, Maka lutando com a ajuda do pai. Tenho altas expectativas para esse time. Espero que Ookubo continue as realizando.
Spirit Circle, capítulo 7: “Vann, Part 3”
Minha previsão estava errada, ainda bem. Fazer a Rei ser… bem, a Rei, se provou uma escolha muito melhor do que fazer a Kouko voltar tão cedo. As interações entre pai e filha foram simplesmente lindas, impossível evitar um sorriso quando Vann falava da serpente monstruosa, do gigante e do castelo abandonado (histórias que Rei, a partir de certo ponto, sabia que eram mentiras, o que deixou tudo ainda mais lindo). Ver o ex-cavaleiro deixando pra lá seu “fracasso” e seu alcoolismo por causa de algo tão simples quanto o amor de uma filha foi maravilhoso. E a morte de Vann foi triste, realmente triste, mas o que ele falou é verdade. No fim das contas, foi simplesmente uma vida feliz. E com expectativas não cumpridas, amigos bizarros, vícios perigosos, felicidade inesperada e uma morte imbecil, Spirit Circle fez uma maravilhosa ode à vida comum em três capítulos. Caralho, o Mizukami é simplesmente um fantástico mangaká. Bem que as scans podiam trabalhar nas outras obras dele.
E até agora, parecia que o círculo de morte e reencarnação se limitava a Fuuta e Kouko, no máximo Rune e East também. Mas dessa vez eu percebi a verdadeira dimensão da coisa. As duas garotas na casa de Cielo são colegas de classe de Fuuta, Cielo é o professor, Stihl e Glass são os dois melhores amigos. Talvez East seja o cara que liderava o grupo de cavaleiros de Vann (o que dá dinheiro pra ele antes da saída). Talvez Rei seja Rune. De qualquer forma, o círculo é muito maior do que eu esperava. Esse mangá se desenrola de forma maravilhosa a cada capítulo, e só está começando. Prevejo status de masterpiece daqui a não muito tempo.
Vinland Saga, capítulo 89: “The Night Before Battle”
Demorei uns 5 minutos para passar das duas primeiras páginas desse capítulo, por um simples motivo: a Arneis. Realmente impressionante o que o Makoto fez com ela. Era uma personagem bonita, agradável de ver mesmo, tinha todo um clima de beleza trágica que beneficiava bastante o pseudo-romance entre ela e o Einar. Agora ficou só trágica mesmo: a bela mulher virou uma massa amorfa que luta pra não se afogar com o próprio vômito. E tudo se torna ainda mais tenso quando lembramos que ela está grávida. Sem ironia, meus parabéns pro Makoto. Em pequenos quadros quase sem falas, ele trouxe mais uma representação maravilhosa de toda a mensagem pacifista de Vinland Saga.
Outro momento de destaque foi o discurso de Ketil aos seus servos, com o Snake falando em paralelo. O credo dos nórdicos (“strength is justice”) foi bem forte, todos com uma imensa vontade de lavar a ofensa de Canute com sangue também, mas as frases do Snake colocaram tudo em perspectiva. Levantando a questão das dívidas, ele colocou em xeque todo aquele ânimo de luta (reforçado pelo quadro onde um dos fazendeiros parece se cagar de medo apenas com o pensamento da luta), e não parou por aí. Quando Snake fala que a maior parte daqueles homens fugiria se soubesse que lutaria contra o rei (o que é verdade), coloca em xeque toda a mentalidade viking. “Strength is justice” não faz sentido quando não se é forte. Todos estão arriscando as próprias vidas mesmo sem querer, levados à frente por essa mentalidade falha. Não me canso de ver tanta sagacidade de Vinland Saga com seu tema, puta que pariu.
Porém, o capítulo não foi perfeito. 16 páginas não foram o suficiente pra mostrar satisfatoriamente algo que eu esperava faz muito tempo: o reencontro de Thorfinn e Leif. Foi bom, mas poderia ter sido melhor. Porém, tudo isso foi compensado por um único detalhe: CANUTE CHEGANDO, CARALHO. Thorfinn, Einar, Snake, Ketil, Thorgil, Leif, Canute, talvez Thorkell, e ainda aposto em uma alucinação com Askeladd antes do fim da saga. A arrumação das peças (tirando essas últimas duas) foi previsível, mas também, o mangá hypa isso desde 2011. Agora chegou a hora de cumprir. A partir do próximo capítulo, Vinland Saga engata a sétima marcha. MY BODY IS READY.
Feliz Ano Novo, e até a próxima!
Acompanho Vinland Saga,Soul Eater e Claymore os três foram bons, mas tiveram como objetivos deixar expectativas para o próximo capítulo, porém o que mais aguardo é Vinland Saga, pois como você disse unirá vários personagens interessantes em uma guerra.
Quanto aos outros não tenho muito o que falar, Claymore nunca me prendeu,todavia quero ver o final e Soul Eater acho que caminha ao fim, só necessito que ele fale sobre aqueles 8 personagens do grupo do Shinigai e so Kishin, porque me interessei muito por eles.
Muita gente nunca se sentiu muito presa por Claymore mesmo. Eu gosto bastante, mas é o mais fraco desses seis. E Soul Eater certamente caminha ao fim, último arco com certeza. Depois, se quiser, dê uma olhada nos outros três, são todos excelentes.
Colocarei na minha lista para ler depois, mas do jeito que ela está extensa irei demorar para lê-los, porém desses três que não acompanho qual você julga o melhor?
Acompanho Vinland Saga,Soul Eater e Claymore os três foram bons, mas tiveram como objetivos deixar expectativas para o próximo capítulo, porém o que mais aguardo é Vinland Saga, pois como você disse unirá vários personagens interessantes em uma guerra.
Quanto aos outros não tenho muito o que falar, Claymore nunca me prendeu,todavia quero ver o final e Soul Eater acho que caminha ao fim, só necessito que ele fale sobre aqueles 8 personagens do grupo do Shinigami e do Kishin, porque me interessei muito por eles.
No nível atual, Maoyuu Maou Yuusha. Porém, eu ficarei surpreso se Spirit Circle não ficar melhor. Na verdade, aposto que daqui pro fim do ano Spirit Circle estará brigando com Vinland Saga pelo posto de melhor entre os seis.